11 novembro, 2015

Exercício e câncer - quais são os benefícios da sua prática nos pacientes em tratamento


Nas últimas duas décadas, a ciência tem avançando muito no entendimento dos benefícios promovidos pela prática regular e sistematizada de exercícios físicos nos pacientes durante e após o tratamento anticâncer, principalmente com relação à redução dos efeitos colaterais.

De forma resumida, apresento uma lista com algumas das principais evidências cientificas:

Fadiga crônica - redução de 4% dos níveis de fadiga em pacientes que realizaram exercícios durante o tratamento. Enquanto que nos não exercitados, a fadiga aumentou em 29%. Entre os sobreviventes, redução foi de 20% nos exercitados e de apenas 1% nos sedentários.

Anemia induzida - após seis semanas de treinamento aeróbico (esteira), aumento considerável nos níveis de hemoglobina, quando comparado ao grupo sedentário.

Neuropatia induzida - melhora significante em avaliações de equilíbrio e na sensibilidade profunda dos pés e mãos, na comparação com o grupo sedentário, após a realização de um protocolo de treino de força e propriocepção.

Distúrbios do sono - relevante redução nos escores de questionário específico de avaliação da qualidade do sono, indicando atenuação dos sintomas causados pelos distúrbios do sono nos pacientes que treinaram, quando comparados aos sedentários. Pode ser justificado pelo aumento dos níveis de serotonina (responsável pela liberação de hormônios que regulam o sono), constatado apenas no grupo exercitado.

Cardiopatia induzida - aumento expressivo no pico de consumo de oxigênio (marcador de função cardiopulmonar) após 15 semanas de treinamento aeróbico, ao mesmo tempo em que no grupo sedentário, ocorreu a redução deste pico.

Imunossupressão induzida - a prática regular de exercícios aeróbicos moderados promoveu maior ativação dos linfócitos e melhoras significativas em componentes do sistema imunológico relacionados ao combate tumoral nos pacientes quando comparados aos que não se exercitaram.

Também foram constatadas em pacientes que treinaram, entre outras: melhoras na sensibilidade à insulina, HDL (colesterol bom), força, potência, resistência, funcionalidade, massa muscular, flexibilidade e densidade mineral óssea. Reduções na ansiedade, depressão, LDL (colesterol ruim) e gordura corporal.

Somados, estes benefícios atuam na melhora de qualidade de vida do paciente em tratamento e no prognóstico da doença.

Quer saber mais sobre cada item citado acima? Entre em nosso site www.oncofitness.com e leia nossos publicações anteriores.

Na segunda parte deste texto, apresentarei as recomendações de segurança na aplicação dos exercícios.

Até lá...
Rodrigo Ferraz

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